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Perspectivas do mercado náutico brasileiro
O segmento náutico cresce no Brasil cerca de 10 % ao ano. Inúmeros fatores impulsionam o “boom” do mercado, que recentemente, durante o São Paulo Boat Show, na capital paulista, movimentou mais de R$ 200 milhões. Mais afinal como está o mercado? Quais as expectativas para os próximos anos?
Segundo Neusa Makita, analista de Marketing da Yamaha, o ano de 2010 foi um ano de apostas:
“Com o cenário positivo da economia brasileira, os vários segmentos do mercado de bens duráveis seguem uma tendência de crescimento a olhos vistos. E, não à toa, o Brasil torna-se o centro das atenções dos investimentos de muitas empresas estrangeiras. Com o mercado náutico não é diferente. Muitas empresas e estaleiros, atentos ao potencial de crescimento do setor náutico, já decidiram ou estão estudando a possibilidade da instalação de fábricas no Brasil. Isso sem contar o aumento da oferta de embarcações importadas da Europa e dos Estado Unidos”, explica Makita.
A abertura do mercado a novos consumidores nos últimos anos também impulsiona, e muito, o crescimento do mercado náutico no Brasil. Segundo Eslei Giarolla, gerente de marketing e vendas da Yamaha, o que antes era apenas para pessoas com maior poder aquisitivo, hoje também se abre para os consumidores com renda média:
“Os barcos, de uma forma geral, sempre foram acessíveis de acordo com o perfil econômico do consumidor. O mercado ficou estigmatizado com a imagem de barco é “muito caro e para poucos”. O brasileiro não tem cultura náutica. Ele não sabe como é ampla a gama de opções de lazer náutico e os verdadeiros custos envolvidos, por vezes, muito menores do que se imagina. O que está mudando é que as pessoas estão tomando consciência do verdadeiro valor de um barco e optando por essa forma de lazer”, ressalta Giarolla.
É por essa demanda que as empresas e estaleiros têm investido cada vez mais em tecnologia para acompanhar o mercado e não ficar de fora do crescimento do segmento. A Yamaha é um exemplo. A fabricante náutica recentemente pesquisou e criou, através da nanotecnologia, uma fibra exclusiva denominada Nanoxcel para a fabricação dos cascos e decks dos waverunners (Jet skis).
“A fibra Nanoxcel é 25% mais leve que a fibra convencional e muito mais resistente. Tudo isso é para melhorar a qualidade dos produtos. O foco das empresas devem ser: investir e buscar por inovações tecnológicas sempre visando à qualidade do produto e a eficiência da cadeia produtiva. Já no caso dos estaleiros, mais do que investir em tecnologia e sofisticação, é necessário que busquem a profissionalização do setor”, explica a analista de marketing da Yamaha, Neusa Makita.
Outro fator de bastante importância para o mercado náutico brasileiro é a queda do dólar, que tem se mantido em baixa nos últimos tempos. Porém, Makita, enfatiza que o dólar não é o fator principal para que o mercado deslanche de vez:
“Afirmar que o mercado náutico pode deslanchar de vez é uma visão muito otimista em relação a um histórico conservador. A baixa do dólar influencia não só o segmento náutico, mas outros segmentos que concorrem diretamente com ele. Para que o mercado náutico deslanche de vez, o consumidor precisa optar pela compra de um barco em vez de um carro, de uma viagem ou de um imóvel, por exemplo. E isso exige uma mudança de comportamento”.
Já a forte concorrência entre as empresas e estaleiros que vem ganhando força quem tem a ganhar é o consumidor. Mas é preciso muito cuidado na hora da compra:
“A dica é sempre pesquisar e se informar bastante sobre o produto e a loja antes de tomar qualquer decisão de compra”, garante Makita.
Bruna Sales para Bombarco
Foto: Bombarco