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Conheça mais sobre o Projeto Tamar
Ao passear pelas águas do mar com suas embarcações, donos e usuários devem ter consciência de sua responsabilidade pela preservação da vida sub-aquática. Jogar lixo no mar pode parecer algo que não causa problemas a ninguém, mas é a maior causa de mortes de animais e desequilíbrio ecológico.
A tartaruga marinha é uma das espécies mais prejudicadas pela falta de respeito ao meio-ambiente, dessa forma o Projeto Tamar (ICMBio) foi idealizado na década de 80, com o objetivo de protegê-las. Atualmente há 22 bases distribuídas em mais de 1100 km na costa brasileira.
Na base do Tamar em Ubatuba-SP, o foco do trabalho é a conscientização da comunidade local e, principalmente, dos pescadores. Segundo José Henrique Becker, biólogo e coordenador técnico do projeto, esses são os parceiros mais importantes na proteção das tartarugas marinhas, pois na maioria das vezes, são eles que as encontram, seja boiando ou em pescas acidentais. Anualmente, há cerca de 600 a 700 ocorrências de tartarugas na região. “Os pescadores são orientados a nos comunicar ao encontrarem tartarugas e isso nos ajuda a salvar muitas delas”, afirma Henrique. Ao resgatá-las, são examinadas, pesadas, medidas e identificadas. Quando estão em boas condições, são devolvidas ao mar, quando doentes, são encaminhadas para a reabilitação e só são soltas quando estão em perfeita saúde.
No caso de encontrarem tartarugas mortas, é feita a necropsia das mesmas. Na maioria das vezes, o que as mata é a ingestão de lixo, principalmente plástico. Por isso, é fundamental que os donos de embarcação mantenham um local para guardar todo o lixo produzido durante os passeios e que ele só seja jogado em terra firme, dentro dos lixos das marinas. “As tartarugas verdes confundem o plástico com algas, seu principal alimento, ao ingeri-lo pode ocorrer obstrução do trato digestivo e problemas na digestão, como gases que provocam maior flutuabilidade, deixando-as mais suscetíveis a predadores e a atropelamentos”, explica o coordenador técnico do Tamar de Ubatuba.
No verão, a incidência de atropelamentos de tartarugas por embarcações aumenta consideravelmente. A falta de informação e o grande número de barcos circulando mata muitos animais marinhos.
Em Ubatuba, a espécie de tartaruga mais encontrada é a Tartaruga Verde, que costuma ficar próxima a costões rochosos, onde há uma maior concentração de algas. Quando as tartarugas sobem à superfície para respirar, são surpreendidas por embarcações que estão, geralmente, em alta velocidade.
Segundo José Henrique, esses atropelamentos acontecem sempre com embarcações de lazer que estão com velocidade mais alta, pois as tartarugas conseguem desviar dos barcos de pesca e de outros que navegam devagar. Esses acidentes causam fraturas de carapaça, o que na grande maioria das vezes, leva os animais à morte.
As dicas do Projeto Tamar e do Bombarco para a preservação das tartarugas marinhas são:
- Não jogue lixo no mar, guarde-o dentro da embarcação e só jogue-o nos depósitos em terra firme.
- Ao encontrar lixo no mar, retire-o da água.
- Evite navegar muito próximo a costões rochosos, local de pastoreio das tartarugas verdes.
- Caso seja necessário passar próximo às costeiras, navegue em baixa velocidade, para que as tartarugas tenham tempo de desviar.
- Ao encontrar tartarugas boiando, machucadas ou mortas, avise o Projeto Tamar, para que elas possam ser salvas ou estudadas.
CURIOSIDADE
O nome TAMAR foi criado a partir da contração das palavras “tartaruga marinha”. A abreviação se mostrou necessária ainda no início dos anos 80, para a confecção das pequenas placas de metal utilizadas na identificação das tartarugas marcadas pelo Projeto para estudos de biometria, monitoramento das rotas migratórias e outros.