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Dicas
Velejar é uma lição de vida
Jorge Ubirajara, 72 anos, é um velejador nato. Apaixonado pela arte de velejar há mais de 40 anos, Jorge é um dos precursores da vela na represa Billings, na região metropolitana de São Paulo, e o maior defensor dela.
A história desse simpático senhor começa há 40 anos, quando, ainda na época do regime militar, criou um movimento de defesa da represa Billings. O objetivo era suplementar a energia para a cidade de São Paulo, juntamente com os rios Tietê e Pinheiros, que por descuido do governo já sofriam com a poluição. O movimento tinha como meta impedir o bombeamento do manancial junto aos dois rios para evitar, assim, sua poluição.
Após 20 anos de luta, a proibição foi conquistada dando início as atividades de lazer e ambientais na represa Billings. A vela foi uma das primeiras atividades a ser realizada na represa. Com isso começou-se a difundir cada vez mais a prática de velejo no manancial.
Anos mais tarde, Jorge ao lado de amigos, que também apreciavam a arte de velejar, criou o núcleo Pró-vela, um trabalho voluntário, que até hoje apoia as pessoas que querem aprender a comandar um veleiro.
Foi por meio do trabalho realizado no núcleo Pró-vela que Jorge foi procurado por Frederico Rizo, um apaixonado pela vela, para criar um projeto que estimulasse crianças carentes a ingressarem no esporte. Daí nasceu o projeto Vento em Popa.
Uma parceria pelo bem
“Há alguns anos fui procurado por Frederico Rizo, campeão brasileiro e sul americano de opmist, que na época ainda era estudante da Fundação Getúlio Vargas (FGV), para ajudá-lo a realizar o sonho da vida dele: desenvolver um trabalho voluntário, que ensinasse crianças carentes a velejar. Ele conhecia o meu trabalho voluntário no núcleo Pró-vela e tinha muitas idéias para desenvolver o projeto.
No primeiro momento, Fred, tentou vender a idéia do projeto Guarapiranga – represa onde se localiza grande número de clubes de vela do Estado de São Paulo – porém não obteve apoio e não foi concluído. Logo depois, Frederico desenvolveu o projeto Saracura, que teve apoio da Engenharia Naval da USP. Mesmo com os apoiadores o custo da construção do barco era alto e inviabilizava o projeto.
Com ajuda de muitos envolvidos e da Associação de barcos Opmist conseguimos que Jaques Bergamo, maior autoridade brasileira de construção de barco de madeira, desenvolve-se o primeiro barco do projeto, possibilitando que os garotos aprendessem a velejar e mais tarde tornassem campeões.
A partir de então, com muita persistência e vontade de ajudar Frederico Rizo apresentou sua ideia, de ajudar as crianças carentes por meio da vela para os colegas da faculdade que abraçaram a causa e fundaram a Vento em Popa, em 2001. Este ano, a Vento em Popa também realiza projetos em parceria com o programa Navega SP e tem realizado grandes feitos aos futuros campeões.”
A Vento em Popa
“Velejar é o doce oferecido pela fundação. Lá também ensinamos aos alunos a construírem suas embarcações. Durante o curso formam-se pequenos marceneiros, além de ecologistas, pelo contato e observação constante da natureza.
Velejar é uma lição de vida. Quando se está nas águas você tem de tomar decisões. Saber para que lado o vento sopra, como está seu remo. A vida também é feita de decisões. Então, além de ensinar as técnicas da vela, ensinamos também às crianças a serem cidadãs conscientes.”
A fundação Vento em Popa tem sede própria localizada na rua Nove de setembro, 88, Jardim das Gaivotas, em São Paulo.
Para mais informações acesse o site www.ventoempopa.org.br
Bruna Sales para Bombarco