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VCat lança 1º Pontoon produzido no Brasil
Poucas semanas depois da americana Bayliner anunciar que está trazendo seus pontoons para o Brasil, o estaleiro VCat lançou o primeiro barco pontoon produzido no Brasil, o 750 Prelúdio, um protótipo do barco 750 Aurora – o estaleiro tem projetos de lançar três modelos de pontoons, todos com nomes de períodos do dia.
O lançamento do barco aconteceu no sábado, 5 de outubro, na Quebramar, loja de barcos em São Paulo que é a representante oficial dos barcos VCat. O Bombarco esteve presente para conferir o lançamento, que contou até com derramamento de champanhe no casco, e conversou com Benedito Prado Neto, que assina o design de todos os barcos em parceira com o sócio Marcos Ferreira..
Nasce um sonho
“Eu fui consultor de sistemas 36 anos da minha vida, mas sempre gostei de barco. E eu gosto de barco não sei por que, eu sou do interior, eu sou caipira. Eu devia gostar de jipe, dessas coisas, mas acabei gostando de barco. Na realidade, meu avô fazia barco, canoa de pesca. Acho que por ver ele, desde criança, fazendo canoa, eu fiquei meio apaixonado. Comecei com os barcos a vela, construí um catamarã e me apaixonei pelos catamarãs,” contou Neto sobre o início da carreira no meio náutico. “Como eu estou ficando velho, eu resolvi que eu precisava de um barco geriátrico,” brincou o designer de barcos, destacando conforto que os pontoons oferecem, sem que o prazer de navegar seja afetado.
Com isso em mente, Neto e a esposa Valéria, passaram a frequentar os Estados Unidos, onde os pontoons são muito populares, conheceram o barco, visitaram fábricas e feiras náuticas, além de navegar a bordo do modelo no Alabama, Golfo do México e Miami. “Acabamos nos apaixonando pelo barco e resolvemos trazer para o Brasil,” contou Neto.
“A gente tentou importar no início, mas os custos de importação eram muito caros e eu sou um nacionalista de mão cheia. Eu adoro fazer essas coisas no Brasil,” afirmou o designer. Decidido a construir pontoons no Brasil, Neto criou a VCat, empresa criada especialmente para desenvolver o barco, e passou dois anos trabalhando nos projetos do Aurora, Crepúsculo e Madrugada.
In house production
Todo o trabalho de criação dos pontoons foi feito dentro da VCat, de acordo com Neto, tanto que o protótipo foi batizado de “From the Begining”. Todos os desenhos, riscos, cálculos foram feitos dentro da empresa.
E Neto também fez adaptações no modelo para deixa-lo mais ao gosto dos brasileiros. “Os americanos são muito mais espartanos que os brasileiros. Nós sabíamos que não iríamos conseguir implementar a ideia do americano, que é um barco muito espartano. O brasileiro tem uma certa necessidade de requinte, especialmente as pessoas que gostam de barcos e aviões. Então a questão do design, das peças em fibra de vidro, tudo isso foi tomado muito cuidado,” explicou.
Possibilidades
O protótipo Prelúdio, que deve passar por algumas melhorias e se tornar o Aurora, já está navegando bem. Com 25 pés de comprimento e capacidade para 12 pessoas, o barco está equipado com um motor de apenas 90 HP e pode receber um de até 175 HP.
Além da potência, o casco do pontoon também pode ser modificado. Como está o barco tem dois flutuadores de alumínio, sendo um deslocante. Mas também pode receber um terceiro flutuador, que o transforma num Tritoon. “Como um Tritoon ele passa a ser quase um planante, então você incrementa em até 50% em velocidade e, pelo menos, 30% na economia de combustível,” explicou Neto.
Neto também já anunciou o lançamento do Madrugada, que deve acontecer ainda em outubro. O barco é um pontoon mais simples, mais robusto, “totalmente voltado ao pescador”, e vai andar com motor de 50 ou 60 HP, cheganda a 18, 29 milhas náuticas por hora. O modelo de pesca também será mais barato que o Aurora, que está custando em torno de R$ 120 mil.
Um diferencial do barco é a presença de um banheiro. Neto pensou numa criativa solução para incluir um banheiro no pontoon, instalando um sanitário e uma pia na popa, num gabinete que se desdobra, e garantindo a privacidade com uma capa que envolve o ambiente.
E Neto se orgulha em destacar que o barco é o que ambientalistas chamam de cradle o cradle, ou seja, do berço ao berço, do chão ao chão, sendo 80% reciclável.
Mercado
Por ter um design muito diferente das lanchas a que o mercado brasileiro está acostumado, os clientes podem estranhar a aparência do modelo, mas Neto está confiante na aceitação do mercado e lembra que a Bayliner também está apostando nos pontoons.
“As pessoas estão muito habituadas a ver barco, principalmente lancha, de uma única forma. Muda muito pouco, se você sai de uma lancha de fibra para outra, se elas têm o mesmo tamanho, são lanchas de 25, 29 [pés], elas são muito semelhantes, muito parecidas. Acho que o Pontoon tem um espaço em águas abrigadas, que é quase imbatível, porque o conforto que ele proporciona é muito grande,” afirma o designer.
Carlos Osvaldecir, da Quebramar, loja que representa a VCat, também acredita no sucesso dos pontoons. “É uma questão de mudança conceito e hábito,” disse. O vendedor também vê um nicho para os pontoons que as lanchas não atendem: pessoas que estão se iniciando, ou que têm vontade de navegar mas têm medo, ou que, até mesmo, que já navegam mas estão procurando mais conforto.
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Marília Passos para Bombarco
Fotos: VCat