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01/01/1970

Conheça ou relembre as principais manobras da Vela Náutica

Velejar desenvolve competências importantes para a vida pessoal e profissional do praticante como o trabalho em equipe, a liderança, a motivação, a superação de desafios.

Filar o barco ao vento, bordo de popa, bordo de proa. Se você já conhece essas manobras poderá rever a teoria e relembrar conceitos. Se ainda não sabe muito bem ou está aprendendo aproveite o conteúdo desta matéria e os conselhos do professor de vela náutica Augusto Coelho.

Antes de se lançar ao mar ou melhor, de embarcar em um barco a vela saiba que a lição mais importante está em conhecer e respeitar a natureza. Os pássaros, a água, o ar, as nuvens dão alertas sobre as condições do vento e do mar. Aprender a ler estes sinais é tão importante quanto ter bons equipamentos de segurança.

Outra dica que recebemos do professor Augusto é sobre os ráios nocivos a saúde. O velejador deve usar produtos para proteção solar e boné, além de evitar os períodos de maior radiação.

O praticante de vela náutica deve entender a orientação do vento para iniciar as manobras. Pois, o velejador precisa saber de onde vem o vento, o combustível que alimenta o motor que é a vela. Entendendo isso ele faz as manobras de acordo com a figura.

Note que o velejador consegue propulsão em todas as direções menos diretamente contra o vento, pois não há componente física para “armar” as velas e fazer este motor funcionar. Esta posição diretamente contra o vento, chamada de posição filada ao vento, zona neutra, área morta, uma região de aproximadamente 45º é utilizada para parar o barco, nesta posição as velas ficam “panejando”.

Portanto, a primeira grande manobra é FILAR O BARCO AO VENTO: serve para parar o barco ou diminuir a velocidade, para chegar a um píer, coletar algo da água ou evitar uma colisão.

A partir desta direção de onde vem o vento o velejador regula as velas de acordo com o seu objetivo. Velas à direita do barco, se o vento vier por bombordo (amuras a bombordo). Velas á esquerda do barco se o vento vier por boreste (amuras a boreste).  “Asa de pombo”, uma vela de cada lado, se o vento vier pela popa.

Orçar é o termo usado para indicar a aproximação da zona neutra. Arribar é o contrário. Se você estiver velejando próximo a zona neutra, orça fechada, velas bem “caçadas”. Se estiver em contravento, mas não tão próximo, orça folgada, velas não tão bem “caçadas”.

Través é quando o vento entra no barco a 90º de um dos bordos, note que velas mais abertas,  ou seja, menos caçadas. A partir daí você continua “arribando”, chega na posição de vento a favor, por alheta, vento entrando pela quina (alheta) da proa. Continua arribando, abre mais as velas (posição asa de pombo, uma vela de cada lado), continua arribando o vento passa pelo leme (centro da popa), aí acontece a segunda grande manobra “jibe” ou  bordo de popa.

Então a segunda grande manobra é BORDO DE POPA: quando a vela principal passa para o outro bordo do barco. Então se você continuar orçando cada vez mais, se aproximar cada vez mais da Zona Neutra, você volta a proceder as pequenas manobras de ir “caçando” cada vez mais as velas e passar pelas posições de alheta, través, orça folgada, orça fechada.

Se continuar orçando você vai realizar a terceira grande manobra a BORDO DE PROA ou simplesmente BORDO: quando a vela principal ou as velas migram para o outro bordo. Esta manobra, repetida várias vezes, permite atingir um objetivo diretamente contra o vento, o que não é possível alcançar em um só bordo, mas é possível alcançar com dois ou mais bordos, ou seja, em zig-zag.

Tripulação e deveres de cada um na embarcação
Existe veleiro para um tripulante. São barcos de uma só vela e de pequenas dimensões como o OPTMIST (para crianças), o HOLDER e o BYTE para juvenis, o LASER, o FINN e outros.

Barcos com dois tripulantes, duas velas como SNIPE e STAR. E, barcos com três velas, dois tripulantes (a principal, a de proa e o balão) como o DAY SAILER e o FLY DUTSCHMAN.

O timoneiro cuida do leme e da vela principal, regulagens ao seu alcance na parte de ré do barco. O proeiro cuida da bolina, vela de proa, balão, regulagens de vante. Timoneiro e proeiro combinam as táticas e procedimentos. O que cada um deve fazer em regata ou em passeio.

 

Vanessa Xavier para Bombarco
Fonte: JOSÉ AUGUSTO COELHO FILHO
Formado em Biologia/Biomedicina pela Universidade de Brasília, em Administração e Marketing pela Fundação Getúlio Vargas, é professor e palestrante. Ministra o curso de Habilidades Náuticas da Casa da Cultura em Bertioga, desde 2006. Apaixonado pelo mundo náutico, é mergulhador PADI e velejador. Participa e organiza campeonatos de vela no Brasil e exterior.

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