Amyr Klink e a revolução náutica no Brasil: O pioneiro da travessia do Atlântico a remo
Amyr Klink reflete sobre o setor náutico no Brasil, marinas sustentáveis e o futuro da navegação. Conheça sua história e visão no Bombarco.

Durante um evento da EO, Amyr Klink participou de uma conversa com o Bombarco e compartilhou sua trajetória, sua visão sobre o setor náutico no Brasil e sua preocupação com a sustentabilidade nas marinas. Suas falas foram objetivas, críticas e muito relevantes para quem acompanha a evolução do setor.
Ele relembrou, por exemplo, o momento em que realizou a travessia do Atlântico Sul a remo, da África ao Brasil, em 1984 — um feito que exigiu meses de preparação e que teve mais desafios em terra do que no mar.
Continue lendo para conhecer os principais pontos dessa conversa e entender por que a história de Amyr Klink ainda é tão atual.
A trajetória de Amyr Klink
Em 1984, Amyr Klink fez a primeira travessia do Atlântico Sul a remo, saindo da África e chegando ao Brasil. O desafio foi enorme, especialmente na fase de preparação. Ele precisou lidar com burocracia, recursos limitados e ansiedade. Apesar disso, não recuou. Cumpriu seu plano, superou obstáculos e completou a jornada.
Essa experiência marcou sua vida pessoal e profissional. Com o tempo, Amyr se envolveu com construção de barcos, desenvolvimento de infraestrutura e projetos voltados à náutica e ao meio ambiente. Hoje, sua filha Tamara Klink segue um caminho parecido. Tamara navega, escreve e amplia o alcance do que a família construiu.
O potencial do setor náutico no Brasil
"A gente ainda não explora nem 10% do nosso potencial hídrico para turismo e economia." Amyr fez essa observação com base na sua vivência em Paraty, que hoje é um dos principais polos náuticos da América do Sul. Ainda assim, ele reconhece que o país está longe de utilizar todo o seu território navegável.
O Brasil tem um dos maiores litorais do mundo, além de rios e represas com grande potencial. Mas falta estrutura. Em muitos lugares, não há atracadouros técnicos nem marinas equipadas. Essa ausência dificulta o desenvolvimento do turismo náutico e reduz as oportunidades de negócios.
Paraty é uma exceção. O crescimento da atividade náutica na região é resultado de anos de investimento e articulação. O modelo pode e deve ser replicado em outras regiões.
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Marinas: organização, segurança e sustentabilidade

Ainda existe uma percepção errada sobre a presença de marinas e embarcações em regiões costeiras. Muitas pessoas associam barcos à poluição. Amyr contesta essa ideia com base em exemplos concretos.
Segundo ele, quando o barco está em uma marina bem estruturada, há controle sobre os resíduos, uso da água, descarte de óleo e funcionamento dos sistemas de esgoto. Em contrapartida, barcos ancorados sem estrutura geram mais riscos ambientais.
Amyr relata que em Paraty, por muitos anos, barcos estrangeiros chegavam e ficavam impressionados com a beleza da região — e também com a falta de infraestrutura. Ele lembra de episódios em que visitantes se assustaram ao ver o descarte incorreto de óleo em plena baía.
Em países como os Estados Unidos, há milhares de marinas espalhadas pela costa. Elas prestam serviços, geram empregos e ajudam a preservar o meio ambiente. É um modelo que poderia ser adaptado à realidade brasileira.
A Marina do Engenho
Amyr é um dos responsáveis pela Marina do Engenho, em Paraty. O projeto foi pensado para equilibrar infraestrutura e cuidado com o meio ambiente. A marina oferece coleta seletiva, tratamento de água, acesso controlado e iniciativas de educação ambiental.
Esse tipo de projeto mostra que é possível fomentar o turismo náutico com responsabilidade. Mais do que um ponto de apoio para embarcações, marinas bem geridas ajudam a proteger o entorno e a estimular a economia local.
Lições do mar e a experiência do isolamento
Durante suas viagens, Amyr percebeu que os momentos de maior isolamento físico também revelaram conexões importantes. No meio do Atlântico, ele se sentiu próximo dos amigos e familiares, mesmo estando longe de todos. Foi uma experiência que trouxe clareza e entendimento sobre o que realmente tem valor.
A vida a bordo exige planejamento, execução e resiliência. Amyr destaca que o mais difícil não foi a viagem em si, mas o processo de se preparar para ela. Resolver entraves logísticos, técnicos e burocráticos foi o verdadeiro desafio.
Quando voltou à terra firme, não comemorou por ter vencido o oceano. O que lhe deu satisfação foi ter conseguido tirar o projeto do papel e levá-lo até o fim. Essa sensação de ter passado da intenção para a ação foi o que mais marcou.

Um futuro possível para o setor náutico
Amyr defende que o setor náutico pode ter papel relevante no desenvolvimento do Brasil. Mas isso exige planejamento, políticas públicas, investimento e envolvimento das comunidades locais.
Ele cita exemplos de lugares como Belém e Porto Alegre, que têm espelhos d’água valiosos, mas não utilizam adequadamente suas estruturas náuticas. Faltam atracadouros técnicos, marinas funcionais e incentivos ao uso sustentável da água.
Enquanto isso, cidades como Palma de Mallorca, na Espanha, movimentam bilhões por ano com o turismo náutico. Segundo Amyr, com organização e visão, algumas regiões brasileiras poderiam alcançar resultados semelhantes.
O Bombarco compartilha dessa visão. Acreditamos que navegar deve ser acessível, seguro e sustentável. Trabalhamos para ajudar mais pessoas a se conectarem com esse universo e aproveitarem o melhor que o Brasil tem a oferecer.
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