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Notícia Família Schurmann anuncia nova expedição de volta ao mundo em veleiro sustentável

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04/03/2013

Família Schurmann anuncia nova expedição de volta ao mundo em veleiro sustentável

No dia 24 de novembro de 2013, a família Schurmann embarcará em seu novo veleiro e partirá para mais uma aventura: a Expedição Oriente. Primeira família a completar a volta ao mundo a bordo de um veleiro há quase 30 anos, os Schurmann seguirão a rota dos chineses. Além do casal Vilfredo e Heloísa e dos filhos Pierre, David e Wilhem, também participará pela primeira vez de uma expedição um membro da terceira geração da família: Emmanuel, de 21 anos, acompanhará seus avós durante todo o percurso.

Foram cinco anos de planejamento, estruturando o plano e buscando investidores para um projeto ousado. A família Schurmann conquistou o apoio fundamental dos patrocinadores Estácio, HDI Seguros e Solví. Agora, dedicam-se à construção do veleiro Kat, batizado em homenagem a filha do casal morta em 2006, que desbravará águas nacionais e internacionais durante dois anos ininterruptos. A Expedição Oriente também envolve importantes ações, como um projeto de cunho educacional em parceria com a Estácio e a produção de uma série televisiva e um documentário de longa metragem. E, a partir de amostras coletadas durante a viagem, o Departamento de Oceanografia Biológica de uma renomada universidade fará um estudo com análises da qualidade das águas e dos plânctons por onde o veleiro passar.

Toda a Expedição poderá ser acompanhada pelo público, através de plataformas de integração, como o site do projeto, traduzido em cinco idiomas, além de páginas oficias no Facebook, YouTube e Instagram. Aplicativos para smartphones também estão no roteiro. E o público poderá embarcar na Expedição Oriente por meio de barcos virtuais, disponibilizados através de técnicas de gamification que agitarão a rede com desafios, minigames e missões.

"Expedição Oriente é uma plataforma de integração do público com a família Schurmann, indo muito além da construção de um site oficial. Ela conta com uma plataforma inédita focada em um assunto que interessa a todo o mundo, tendo um canal de informação associado ao entretenimento participativo de forma lúdica", conta David Schurmann. Como jamais aconteceu numa expedição como essa, os usuários poderão acompanhar as novidades e participar de desafios digitais, que renderão pontos e prêmios especiais. Para começar, cada pessoa terá sua própria embarcação virtual customizada, que seguirá o veleiro Kat por todo o trajeto por meio de um mapa interativo. Quanto mais pontos o usuário tiver, mais perto da embarcação da família ele vai estar.

KAT, o veleiro sustentável

Em um mundo cada vez mais conectado à tecnologia mobile, o veleiro da Expedição Oriente é dotado de um sistema elétrico digital - 100% nacional - e não analógico, que pode ser manipulado remotamente por dispositivos móveis como um iPad, possibilitando desde uma simples ação de acender ou apagar a luz até navegar via controle remoto a quilômetros de distância.

"O sistema elétrico digital já é empregado nos setores aéreo e automobilístico, mas é algo inovador no ramo marítimo. Na nossa embarcação, tudo, absolutamente tudo, poderá ser controlado nas pontas de nossos dedos", esclarece David. Além disso, os Schurmann adotarão um sistema de comunicação via satélite com velocidade de 492 KBPS. Mas um dos pontos altos dessa nova aventura será a tecnologia a serviço do meio ambiente.

Dentro de um espaço bastante limitado, a família Schurmann apresentará soluções inéditas de sustentabilidade. De acordo com o cronograma e o planejamento inicial, a nova embarcação, que está sendo construída no Brasil com fornecedores atuantes no país, deverá ficar pronta no final de setembro de 2013 - dois meses antes do início da Expedição Oriente.

O veleiro terá uma quilha retrátil. Quando em baixo, terá um calado de 4,5 metros. Em cima, um calado de 1,80 metros. Kat será equipado com um sistema de geração de energia limpa, por meio de eólicos, painéis solares, dois hidrogeradores e duas bicicletas ergométricas para produção de energia durante os exercícios físicos da tripulação. Além disso, graças à parceria com a Solví, a embarcação terá um sistema de tratamento de esgoto e o lixo orgânico será reaproveitado utilizando um equipamento especial para produção de adubo em forma de pequenos tijolos. "Queremos que o nosso barco seja um microcosmo autossustentável", afirma Heloísa Schurmann.

Os chineses e os Schurmann

Com a Expedição Oriente, os Schurmann esperam trazer à tona a teoria de que os chineses foram os primeiros navegantes a darem a volta ao mundo. Para isso, buscarão por indícios em determinados locais da viagem. "Em nossa última expedição, seguimos a esteira de Fernão de Magalhães. Estudamos a fundo sua história e uma coisa nos intrigou. Magalhães suspeitava que houvesse uma rota para as ilhas das especiarias via uma passagem ao sul das Américas. Ele argumentava que detinha um mapa que provava a existência deste canal. Veio então nossa curiosidade: como ele teve acesso a essa informação, que não era mencionada em nenhum documento oficial?", conta o capitão Vilfredo Schurmann. Em 2002, Gavin Menzies, um oficial da Marinha inglesa, publicou uma tese que poderia fornecer a resposta para a pergunta da família Schurmann.

No livro "1421: o ano em que a China descobriu o mundo", Menzies apresenta pesquisas que o levaram à origem desses mapas e expõe sua teoria de que os chineses foram os precursores das viagens de descobrimentos, utilizando "avançados instrumentos" com know how de cálculo de latitude e longitude. "A tese reza que, em 1421, a maior esquadra com gigantescos juncos de até 150 metros de comprimento zarpou da China. Os navios eram capitaneados pelos leais almirantes do Imperador Zhu Di. Sua missão era 'seguir até os confins da terra para recolher tributos dos bárbaros de além-mar'", explica Vilfredo. Em sua jornada de dois anos, os navios chineses aportaram na América 70 anos antes de Colombo, circunvagaram o globo um século antes de Magalhães, descobriram a Antártica, chegaram à Austrália 320 anos antes de Cook e descobriram a longitude 300 anos antes dos europeus.

Inspirados nesta teoria e suposto fato histórico, a família resolveu se lançar ao mar novamente para a sua inédita Expedição Oriente, que retraça parte das rotas chinesas. "Sim, não foi apenas uma rota, foram diversas rotas navegadas pelos juncos chineses e nós iremos ao encalço de algumas delas", comemora Heloísa.

A Rota

Os Schurmann partem de Itajái, Santa Catarina, no dia 24 de novembro de 2013, e devem voltar ao mesmo ponto em 29 de novembro de 2015.

No caminho, o veleiro passará por: Punta Del Este, no Uruguai; Mar Del Plata, na Argentina; Puerto Deseado, na Argentina; Shuaia, na Argentina, com navegação pelo interior dos fiordes; Antártica; Puerto Willians, no Chile; Puerto Montt, no Chile, com navegação nos canais chilenos, passando pelas cidades de Puerto Chacabuco e Chiloé; Ilha de Páscoa, no Chile; Ilha Pitcairn, território britânico vizinho da Polinésia Francesa; Tahiti, passando por alguns atóis de Tuamotus, na Polinésia Francesa; Ilha Moorea, na Polinésia Francesa;  Ilha de Huahine e Tahaa, na Polinésia Francesa; Ilha de Bora Bora, na Polinésia Francesa; Ilha de Mopelia, na Polinésia Francesa; Ilha de Rarotonga, nas Ilhas Cook; América Samoa, na Polinésia; Western Samoa, na Polinésia; Vavau, nas Ilhas de Tonga; Suva-Fiji, passando pelas Ilhas Monothaki e Yarol; Opua, na Baía das Ilhas, na Nova Zelândia; Auckland, na Nova Zelândia; Brisbane, na Austrália; Alotau, na Papua Nova Guiné, com paradas na grande barreira de Corais da Austrália; Ilha de Guam, colônia norte-americana localizada na Micronésia, com passagem pelas ilhas New Ireland, New Hanover e Mussau; Saipan, nas Ilhas Marianas, colônia norte-americana localizada na Micronésia; Okinawa, no Japão; Shangai, na China, com navegação pelo Grande Canal; Cidade-Estado Hong Kong; Ho Chi Minh, no Vietnã, com paradas em duas ilhas; Natuna Island, na Indonésia; Singkwang na Ilha de Borneo, na Indonésia; Singapura; Jacarta, na Indonésia; Ilhas Chagos, território britânico localizado no Oceano Índico; Atol Cargados & Carajos, a 250 milhas da Ilha Maurício; Ilha Maurício, no Oceano Índico; Ilha Reunião, no Oceano Índico; Tonalaro, em Madagascar; Port Elisabeth, na África do Sul; CapeTown, na África do Sul; Ilha Santa Helena, no Oceano Atlântico.

 

Redação Bombarco
Fonte: Basen
Fotos: Divulgação

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